ANCESTRAIS DE SÃO PAULO

T i b i r i ç a

"Maioral" ou "Vigilância da Terra", na língua Tupi, Cacique guaianá ou tupi, sendo divergentes nesse ponto as opiniões dos historiadores. Foi convertido e batizado pelos jesuítas Anchieta e Leonardo Nunes. Com o nome de Martim Affonso, em homenagem ao fundador de São Vicente. Chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Irmão de Piquerobi e de Caiubi, indios que salientaram durante a colonização do Brasil, o primeiro como inimigo e o segundo como grande colaborador dos jesuítas. Pai da índia Bartira, mulher de João Ramalho, de quem era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando chegaram a São Vicente. Em 1554, acompanhou Nobrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo, e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediaçãoes. A atual rua de São Bento era por esse motivo chamada primitivamente Martim Affonso (nome que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Certa vez, porém ao descobrirem defronte da igreja preparativos para um "festim antropofágico", onde deveria ser imolado um guaianá, verificaram, com espanto, que o anfitrião a quem caberia a honraria de sacrificar o prisioneiro era o próprio Tibiriça. Os Neófitos, como se estivessem em seu ambiente, ocupavam-se com desenvoltura de todos os pormenores, enquanto as velhas esperavam a hora de repartir entre os índios as carnes da vítima. Enquanto isso eram levantados brindes ao prisioneiro, que, amarrado a um pau pela "muçurama" (corda feita pelos selvagens), esperava a hora fatal de ser despedaçado. É facil imaginar o desespero de Nóbrega ante tal espetáculo. Esgotadas as formas pacíficas de fazê-los voltar aã razão, chamou todos os jesuítas do clégio e, dispostos a não recuar perante a agressividade dos índios completamente desvairados, desarmaram Tibiriça, que, reagindo a maneira sevalgem, vociferou, assobiou, bateu o arco e o pé. Os missionários arrebentaram corajosamente a corda e deram liberdade ao prisioneiro. Pouco depois o selvagens, arrependidos, pediam perdão a seus abnegados propetores. Tudo não parrara de uma necessidade incontida de sentir, ainda por uma vez, aquela liberdade de bárbaros dentro da qual haviam sidos criados. Jamais tal cena se repetiria em São Paulo. Tibiriça deu aos jesuítas a maior prova de fidelidade, a 9 de Julho de 1562 ( enão 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu com bravura o ataque à vila de São Paulo, efetuado pelos indis tupi, quaianas e carijós, chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jagoanharo

(Retirado da pags 142 e 143 de "Informações Históricas sobre São Paulo no Século de sua Fundação", de Edith Porchat Rodrigues; Martins Editora, ed. 1954 , conforme Roberto Ribeiro de Luca, no livro Ascendentes e Descendente do Alferes Joaquim Franco de Camargo e Maria Lourença de Moraes, pags 117, 118; editado pela Edicon - Editora e Consultoria Ltda.).

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No ar desde o dia 22 de Junho de 2000